A arte de calar um idiota.

Em boa parte das vezes, eu tenho. Explico:

Vocês sabem que entre mim e meu professor de natação rola um clima, né? Se você chegou por aqui agora, fique sabendo que sim. Para vocês que acompanham essa saga há milênios, saibam que continua rolando, embora eu nunca mais tenha falado dele por aqui. Afinal, ele anda me dando uma preguiça sem fim com esse vai-não-vai.

Então: carnaval, uma semana sem nos vermos e eis que hoje voltamos às nossas atividades aquáticas. Veio todo animado perguntar o que fiz no carnaval e deixei-o com uma pulga enorme atrás da orelha a ponto de ele me cercar a aula toda para saber o que eu tinha feito. Seguiu-se o seguinte diálogo:

- Ele: Moniquinha, me conte seus segredos mais íntimos e com riqueza de detalhes.

- Eu: Já disse que não conto jamais.

- Ele: Conte, Moniquinha, quero saber tudo.

- Eu: Tá bom, eu conto. Mas vou ter que te matar depois.

- Ele: Vai ter que me matar depois?! Então o negócio é pesado!

E ficou atrás de mim perguntando: você tá com quantos anos (podre!); com que idade perdeu a virgindade; com quem foi; como foi? Até que virei pra trás e fiz menção de jogar água nele que se afastou, por fim. Depois de um tempo, não contente, lá vem ele de novo:

- Ele: E aí, Moniquinha, não vai me contar mesmo seus segredos?

- Eu: Conto, se você contar os seus.

- Ele: Você não vai aguentar saber, vai ser demais para os seus ouvidos.

- Eu: É... autopromoção é tudo.

- Ele: Pois é, a propaganda é a alma do negócio.

- Eu: É. O problema é mostrar que é tudo verdade depois (pensamento interno: já que você só tem papo...)

E com essa ele parou de me atormentar.