Ponto de vista

Sobre o questionamento anterior: tratar cordialmente pessoas das quais não gostamos ou com as quais não temos afinidades é falsidade ou educação? Vejamos:

"Falsidade é a característica do que não é verdadeiro."

"Educação engloba os processos de ensinar e aprender, de ajuste e adaptação. (...) Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. (...)"

Partindo dos conceitos acima, percebemos que entre ser falso e ser educado, existe uma diferença. Tratar as pessoas com educação não significa que devamos demonstrar um sentimento de amizade que não existe, pois, se dessa forma for, estaremos sendo falsos. Existem pessoas que nunca vimos antes (pelo menos não nessa vida, segundo o que acredito) e ainda assim sentimos repulsa sem motivo aparente. Existem aquelas com as quais nos dávamos bem ou não tão bem assim e que nos fizeram algum mal e, por isso, passamos a cultivar sentimentos ruins por elas e não queremos vê-las nem pintadas de ouro.

Como foi dito em um dos comentários, o correto seria tentar resolver os problemas que temos com as pessoas e, não sendo possível, que pelo menos não desejemos mal, pois isso gera pensamentos negativos que atraem energias negativas e acabamos fazendo mal a nós mesmos. Claro que não se chega a esse entendimento de uma hora pra outra. Cada um tem seu tempo de aprendizado. Isso seria perdoar aquele que nos fez mal. Perdoar é esquecer, não desejar mal e ainda ajudar, caso surja a oportunidade. Ajudar aquele que nos fez mal é confirmar o perdão com a prática da caridade, seja ela material ou moral.

Quando não há um problema aparente, aí sim é que devemos nos utilizar, além da educação, do bom senso. Se durante essa vida, Fulano(a) não me fez mal, não tenho porque maltratá-lo(a) "gratuitamente", simplesmente porque não fui com a sua cara.

De novo, vem aquele ditato: não faça ao próximo aquilo que não gostaria que fizessem com você. Se a gente parar pra pensar, quantas e quantas vezes nos vimos dizendo: "poxa, nunca fiz mal a Beltrano, mas ele me trata tão mal, com frieza etc." ou "eu já pedi desculpas a Cicrano pelo erro que cometi, mas ele ainda tem raiva de mim e nem olha na minha cara."

Mas, no mundo das idéias isso tudo é perfeito, não é? O duro é colocarmos isso na prática. Amar ao próximo como a nós mesmos não é tarefa fácil e amar os inimigos, mais difícil ainda. É um exercício constante que devemos fazer para mantermos nossas consciências livres de julgamentos, preconceitos e críticas. Devemos sempre saber que eu magoo, tu magoas e nós magoamos, intencionalmente ou não, porque estamos aqui em busca do aprendizado para o aperfeiçoamento moral.

Como também foi dito nos comentários, isso vai além de educação e falsidade. É uma questão de dominarmos aquilo que temos de ruim em nós e querermos nos tornar pessoas melhores.

6 Entra aí!:

A Língua Nervosa disse...

amei amei suas reflexões!!!
bjs

! Marcelo Cândido ! disse...

é...a vida é engraçada
acho que devemos respeitar, até nossos nunca conhecidos inimigos viu...
abraço!

Andreia Inoue disse...

tambem gostei das suas reflexoes,e acredito que mesmo a gente nao simpatizando com fulano a gente tem obrigacao de pelo menos ser cordial,dar um oi simpatico e um thau e seguir em frente,nao precisa ficar de papos,isso seria falsidade,hahah!!
beijao.

Iolanda Maciel disse...

Eu acredito que devemos ser verdadeiros com os nossos próprios sentimentos.
Não adianta nada tratar uma pessoa com a qual não temos nem um pinguinho de afinidade com "amizade", quando isso der repulsa mental.
Eu parei de me obrigar a gostar das pessoas por que eu deveria, por que são parentes ou por que é o que a sociedade espera de mim.
Passei a respeitar os meus sentimentos e quando o "santo não bate" não me esforço não.
Talvez um dia eu evolua e passe a gostar de todos como irmãos, mas ainda não sou assim.

Lou disse...

Monkinha, conta pra gente: quem é que você anda tendo que tratar cordialmente quando, na verdade, queria mesmo era mandar plantar batatas (para dizer o mínimo, hahaha)?

Beijo!

Sandra Timm disse...

Tá filósofa, hein?

Eu não sou educada: sou culta... e glossa!

Não consigo nem mesmo "fazer o social". Se não gosto, evito, fujo, corro... e pronto!