Sábados à tarde. Na maioria das vezes, havia chuva. Talvez pela época do ano em que se encontravam, talvez um sinal dos Deuses (bom ou ruim?). Mas, apesar do tempo lá fora, tinham um céu azul particular e um sol que brilhava só para eles.
Mais tarde, ela acreditaria que a chuva nada mais era do que lágrimas que caíam do alto, anunciando que num futuro bem próximo seus olhos se poriam a chorar diante da decepção, da indiferença de quem, por tê-la visto partir para um outro Estado, várias vezes dizia: "quando você volta para matarmos a saudade?" Mas que, ao retornar, soube que tinha sido substituída.
Não houve promessas, nem juras de amor. Era um velho envolvimento novo que sobrevivia aos encontros e desencontros (mais desencontros do que encontros). Dentro dela, havia paixão. Uma paixão incofessável, que encontrava barreiras na frase: "já sofri desilusão de amor e não quero mais me envolver." Então, ela achou que o tempo se encarregaria de fazê-lo abrir seu coração outra vez. Tempo? Já não havia mais. Ao se reencontrarem, a separação já estava marcada. O tempo era escasso, muita coisa a ser dita, mas não cabiam palavras naquele momento.
No pouco tempo que tiveram, ela conheceu seu lado menino enquanto ele dormia em seu colo, embalado pelo cafuné. Parecia tão frágil. Mas ele preferia passar a imagem de alguém inatingível. É mais fácil manter as pessoas longe de nossas fraquezas, assim não ficamos vulneráveis. Ela soube da sua timidez timidamente confessada sem ter os olhos dele nos seus. É mais fácil para os tímidos e ela, assim como ele, sabia perfeitamente disso...
Vencida pelo cansaço e pelo medo de demonstrar seu verdadeiro sentimento (afinal, estaria ele com o coração aberto?), ela escolheu não mais insistir. Preferiu ficar com as lembranças - beijos, abraços, sorrisos, palavras sussuradas ao pé do ouvido - que lhes visitava todos (até acostumar com a ausência) os sábados, sobretudo os chuvosos. Ela faz das "lembranças um lugar seguro".
Seu coração tende a acreditar que pode haver uma chance. Sua razão canta: "já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada..." Enquanto isso, ela se pega sorrindo entre uma recordação e outra que surge qual tela de cinema. Memórias recentes de um passado relativamente distante. Na pior (ou melhor?) das hipóteses, ele será um brilho eterno na sua mente cheia de lembranças.
Mônica Souza, 15 de abril de 2009.
Mais tarde, ela acreditaria que a chuva nada mais era do que lágrimas que caíam do alto, anunciando que num futuro bem próximo seus olhos se poriam a chorar diante da decepção, da indiferença de quem, por tê-la visto partir para um outro Estado, várias vezes dizia: "quando você volta para matarmos a saudade?" Mas que, ao retornar, soube que tinha sido substituída.
Não houve promessas, nem juras de amor. Era um velho envolvimento novo que sobrevivia aos encontros e desencontros (mais desencontros do que encontros). Dentro dela, havia paixão. Uma paixão incofessável, que encontrava barreiras na frase: "já sofri desilusão de amor e não quero mais me envolver." Então, ela achou que o tempo se encarregaria de fazê-lo abrir seu coração outra vez. Tempo? Já não havia mais. Ao se reencontrarem, a separação já estava marcada. O tempo era escasso, muita coisa a ser dita, mas não cabiam palavras naquele momento.
No pouco tempo que tiveram, ela conheceu seu lado menino enquanto ele dormia em seu colo, embalado pelo cafuné. Parecia tão frágil. Mas ele preferia passar a imagem de alguém inatingível. É mais fácil manter as pessoas longe de nossas fraquezas, assim não ficamos vulneráveis. Ela soube da sua timidez timidamente confessada sem ter os olhos dele nos seus. É mais fácil para os tímidos e ela, assim como ele, sabia perfeitamente disso...
Vencida pelo cansaço e pelo medo de demonstrar seu verdadeiro sentimento (afinal, estaria ele com o coração aberto?), ela escolheu não mais insistir. Preferiu ficar com as lembranças - beijos, abraços, sorrisos, palavras sussuradas ao pé do ouvido - que lhes visitava todos (até acostumar com a ausência) os sábados, sobretudo os chuvosos. Ela faz das "lembranças um lugar seguro".
Seu coração tende a acreditar que pode haver uma chance. Sua razão canta: "já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada..." Enquanto isso, ela se pega sorrindo entre uma recordação e outra que surge qual tela de cinema. Memórias recentes de um passado relativamente distante. Na pior (ou melhor?) das hipóteses, ele será um brilho eterno na sua mente cheia de lembranças.
Mônica Souza, 15 de abril de 2009.
6 Entra aí!:
Hi !
There wasn't rain in my place since 3 days:)
greetings***
Ahhhhhhhhhh, adoro esse filme.
E Retrato em Branco e Preto é a música da minha existência.
Bonito o texto, Monks!
Beijos!
Uaaaaauu! Que texto lindo! Sentimento na ponta dos dedos!
Sabe quando temos a nítida sensação de que estamos lendo extamente o que sentimos na alma ??
Assim me sinto lendo seu texto ..memórias ..lembranças de dias bons ..que fiz questão de guardar na minha caixinha secreta.
Lindo demais seu post ..
1ª visitinha e to adorando seu blog ..
Beijos
Rosa Canela
Gente Monikinha tá arrasando com os sentimentos,trazendo pelo mens pra mim coisas que já estavam adormecidas... ai ai (muitos suspiros)
Ameiii o post,belíssimooo
Beijo enorme.
E amei a conversa no msn
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Aiiiiiii ta inspiradíssima, menina!
Muito legal!! Muito bonito!
amei seu espaço de reflexões e grandes inspirações!
Sua casa é linda!
:)
bjs
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