O Fabuloso Destino de Amélie Poulain



"Então, minha querida Amélie, não tem os ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, então, com o tempo, seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus."

Há muito venho tentando falar sobre esse filme e o impacto que ele me causou ao assisti-lo pela segunda vez. Amélie teve uma infância curiosa. Seu pai (médico), apesar de presente, era distante e só a tocava para lhe examinar. Sua mãe (diretora de uma escola, salvo engano...) era histérica e teve uma morte tragicamente cômica ou comicamente trágica. Assim que teve oportunidade, Amélie conseguiu emprego e saiu de casa para viver realmente sozinha, já que assim o era mesmo morando com o pai.

Em meio ao anúncio da morte da Princesa Diana, ela encontra uma caixa com pertences pessoais e decide procurar seu dono. Amélie então teve o seguinte propósito: se ele ficasse comovido por ter de volta parte da sua infância, ela passaria a acreditar nas pessoas e ajudá-las. E foi assim que Amélie começou a se envolver com os problemas alheios e se dedicava a eles inteiramente a ponto de varrer os seus para debaixo do tapete, adotando a filosofia: "é melhor se dedicar aos outros do que a um anão de jardim", já que fora isso que seu pai fizera após a morte de sua mãe.

Observando sua atitude, o "homem dos ossos de vidro", paralelamente às boas ações que ela praticava, incentivava-a a se deixar abrir para a vida, para o mundo e principalmente para o amor que nasceu em meio às várias pessoas que decidiu ajudar. E com as palavras citadas acima ditas por uma pessoa que se isolara do mundo por causa da fragilidade física, Amélie finalmente foi em busca de sua própria felicidade.

E desde então essas palavras ecoam diariamente dentro de mim. Não que eu seja uma Amélie no sentido de querer resolver todos os problemas do mundo, muito embora eu seja um pouco assim, às vezes. Mas ainda me sinto presa a coisas que não me deixam ousar e, muitas vezes, ser eu mesma, coisas essas ditadas pela imagem que algumas pessoas fazem de mim e a quem não me permito contrariar. E como se não bastasse, o medo de enfrentar as mudanças, de deixar pra trás aquilo que "vem dando certo" até hoje; de me olhar no espelho, ver quem eu realmente sou e levar esse reflexo para todos, sem medo de críticas ou julgamentos.

Ah...assistam ao filme.

3 Entra aí!:

Iolanda Maciel disse...

Esse filme é fantástico mesmo.
Ajuda a refletir e ver que é importante sermos nós, apenas nós mesmas, sem a incrível imposição do mundo de aparar as arestas para caber nas fôrmas que as pessoas fabricam.
Tem um livro muito bom que fala meio sobre isso: Um, nenhum e cem mil de Luigi Pierandello. Vale a pena ler.
Bj.

Mauri Boffil disse...

Chorei tanto vendo esse filme...

Tom disse...

Bem, eu nào chorei ao ver o filme... mas gosto muito dele!
Beijão!!!