Percepções.

As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.
(Teoria da morte em A Menina que Roubava Livros, de Marcos Zusak)


E não é que a morte tem razão? São tantas as coisas que nos absorvem todos os dias que nem paramos para prestar atenção em coisas simples como o azul do céu, o amarelo do sol, o cinza dos dias nublados, nem nas variações em que eles se apresentam. Também nos escapam as reações das pessoas diante de nossas delicadezas ou do nosso mau humor.

Sim, existem coisas que nos absorvem, mas também existem sentimentos que nos deixam cegos e surdos: o egoísmo, o orgulho, a indiferença. Estamos tão centrados em nós mesmos, nas nossas necessidades, nossos problemas que não enxergamos nada, nem ninguém. E a vida passa, as pessoas passam.

De repente vem uma turbulência que nos sacode a ponto de ficarmos sem chão. A perda de alguém querido que estava ali bem perto e que não tínhamos tempo de dirigir-lhe um olhar sequer; um acidente ou uma doença que nos tira de circulação por um bom tempo ou por toda vida, fazendo-nos ver o quão frágeis somos e o quanto precisamos do outro.

E dessa forma, há pessoas que aprendem a importância de perceber o dom da vida, a oportunidade de um novo dia, da saúde etc. Mas há aquelas que perdem inclusive a percepção limitada que tinham e tudo se torna escuro e sem mais nenhum sentido. Isso varia conforme a maneira como cada um percebe para que certas coisas acontecem...

Em tempo: A Menina que Roubava Livros trata de uma história narrada pela morte. Despertou meu interesse apenas pela capa e minha paixão ao ler a sinopse e assim, comprei-o. Superou todas as minhas expectativas de leitora. Relata situações com um peso dramático absurdo, mas de um jeito leve e cheio de poesia. Enfim... quem ainda não leu, leia!

Para ler a sinopse, clique aqui.

13 Entra aí!:

Lou disse...

É... A vida passa. Rápido.

Não li esse livro, acredita?

Beijos

Lookk disse...

É o segundo texto assim que leio hoje, seria um sinal?? Acredito que sim!
Tbm adooro o vestido vermelho da Nicole, não tem detalhe, não tem brilho, e é maravilhoso!
bjoks

Linda disse...

HHumm parece bem interessante...
Quero ler!!!
Bjss

Renato Alt disse...

Esse é, sem dúvida, um livro que preciso ler. Já perdi a conta de quantas pessoas o recomendaram...

Acho que vou seguir sua ordem do final! ;-)

Beijos.

Fábio disse...

vou ler...


bjo0o0

olharesdoavesso disse...

A escrita de MArkus Zusac é primorosa. Antes li Eu sou o Mensageiro que acho melhor e olha que acho A Menina... excelente. Percepções é a vida, não sei com o viver sem elas parece tão triste um mundo só em preto e branco, concordo plenamente com a Morte de Zusac! Tenho uma sequência das fotos do amanhecer e sã otodas cores durante a primeira meia hora matinal incríveis, mas que as últimas meia hora da luz. Belo post Nikinha poético, sensível, cheio de percepções! :D

Déia disse...

Quero muito ler... vc acredita que minha mãe começou a ler, mas ela se identificou tanto com a personagem que começou a mexer com ela... e teve que parar de ler! Vou aproveitar e pegar pra ler!
Valeu a dica!
bjocas

Sandra Costa disse...

eu nem precisei ler a sinopse. só o seu resumo já me fez ficar com vontade de ler.

estou começando a ler A Cabana. quando terminar, engato com esse daí!

fiquei suuuper curiosa!

A Magia da Noite disse...

o essencial escapa ao quotidiano, por isso por vezes precisamos parar para perceber o que estamos aqui a fazer.

Blog Dri Viaro disse...

ja li este livro, é tudo de bom, adorei
bjssss

Mauri Boffil disse...

eu ainda nao li... to esperando virar filme.

Unknown disse...

Nikinha, já ouvi muito falar sobre este livro... mas, nunca li. Acho ele muito interessante. :)

Beijos, e uma ótima quarta-feira.

Fernanda.

Stella disse...

Li A Menina Que Roubava Livros ano retrasado. Ameeeei. O livro é fantástico e muito triste. Me segurei demais pra não chorar em determinadas partes.

Engraçado você ter mencionado esse trecho e ter falado das coisas que a maior parte das pessoas nem presta atenção, porque eu sempre reparo no céu e nas cores das coisas. Assim, SEMPRE mesmo. E adoro quando me surpreendo com um determinado tom de laranja, parecido com rosa, nas nuvens no final de tarde, quando você não consegue mais distinguir o sol. E fico pensando que gostaria de ter uma câmera tão precisa que pudesse mostrar de verdade o que estava vendo...

Mas isso são outros quinhentos e esse comentário já tá ficando muito grande! rs

Beijos, mocinha!