As histórias que Mônica conta: Chebogo.

Época da faculdade e eu já tinha feito algumas amizades, inclusive com pessoas de períodos mais avançados. Sabe como é, né? Amigos de amigos e por aí vai. Apesar de ser tímida e reservada, sempre tive facilidade e disposição pra conversar com pessoas desconhecidas que viravam conhecidas e até amigas. Pois bem, durante a amizade com meu futuro ex namorado, troquei cumprimentos com um amigo dele. Eram "ois" e alguns acenos de longe e só.

Um belo dia, estava eu na praça de alimentação, sozinha, e me chega esse amigo dele. Veio com um jeito sedutor e perguntou se podia sentar. Eu disse que sim. Ele sentou e começamos a conversar. Nunca tínhamos sido apresentados, portanto, nem ele sabia meu nome, nem eu o dele. Conversa vai, conversa vem, ele pergunta:

- Qual o seu nome?
- Mônica, e o seu?
- Chebogo: cheiroso, bonito e gostoso.

Enfim... existem pessoas que deveriam ser proibidas de abrir a boca, sob pena de merecer cadeira elétrica, forca ou algo que o valha. Bonito? Sim, ele era. Mas depois disso a beleza deixou de fazer sentido. Cheiroso e gostoso? Isso já não sei e também não fiquei com a menor vontade de conferir, se era essa a intenção dele.

Pela minha reação, ou melhor, pela falta dela, ele percebeu que a autopromoção não tinha dado certo, deu um sorriso amarelo e disse: "estou brincando, meu nome é Fulano." Não sabia ele que àquela altura eu já não me interessava mais por nada que dissesse.

A partir desse dia, ao menor sinal dele, eu desviava de caminho porque ele ainda passou uns dias querendo se aproximar. E até hoje sou capaz de sair correndo quando o encontro.